– Qual o conceito do Compliance Estratégico: Desde seu nascimento, por volta dos anos 2000, que visava garantir a proteção dos investidores, colaboradores e acionistas das Empresas, o Compliance tem evoluído de uma maneira rápida e definitiva. De uma ferramenta de controles, para uma robusta ferramenta de administração para garantir os 3 pilares de sustentabilidade de uma Empresa: Cultura, Reputação e Patrimônio Financeiro. Desenhar os modelos de proteção, gerenciar os possíveis riscos e acompanhar a evolução da Cultura, vem transformando os perfis dos Compliance Officers, para se transformarem um Parceiros do negócio, apoiando a administração na sustentabilidade das Empresas.
– Compliance Operacional: Durante muito tempo, os controles eram as únicas ferramentas utilizadas pelas áreas do Compliance, o que transformou a percepção da Gestão de se resumir a uma área mais operacional. O fato é que muitos Compliance Officers tentaram utilizar desta ferramenta operacional pensando em movê-los a um plano mais estratégico o que se mostrou ter sido um erro, por nunca terem conseguido escalar dentro das organizações.
Os controles devem fazer parte das atividades de um Compliance Officer, mas eles devem ser um desdobramento da estratégia da Empresa baseada me riscos.
Framework de implantação de um Programa de Compliance
Na Be, criamos um modelo de framework para ajudar os Compliance Officers a se posicionarem perante a gestão e conseguirem o seu patrocínio.
Nosso framework se baseia em três passos:
– 1) Definir a importância e as prioridades na estratégia de implementação dos pilares:
- a) Cultura – Definir quais são os valores e os costumes da nossa Empresa, neste momento é importante a utilização de metodologias existentes.
- b) Reputação – Definir claramente os passos que possam trazer as consequências reputacionais (considerando aspectos de mídias sociais) a nossa Empresa, como por exemplo, Parceiros de negócios, negócios com o setor público, diversidade, etc.
- c) Patrimônio Financeiro – Definir os fatos que possam trazer consequências financeiras para a nossa empresa, como por exemplo: Conflito de interesses, Certificações e Normas a serem seguidas.
– 2) Propor a discussão para definirmos os riscos associados aos 3 pilares acima, para garantir a criação de monitoramentos indicados e principalmente controles que façam sentido a nossa Empresa. Este é um excelente momento, para colocarmos muita atenção e evitarmos a criação de controles excessivos e/ou desnecessários
– 3) Criar um quadro de indicadores para monitorarmos os riscos e controles definidos nos passos anteriores. Aqui é o ponto onde devemos ter um acordo com a gestão para definirmos a periodicidade das revisões dos indicadores. Caso algum indicador esteja fora de padrão, devemos redefini-los.
Conclusão:
O Compliance, como ferramenta de gestão, se implantado em sua forma estratégica, pode ser considerado a melhor ferramenta de gestão desenvolvida nos últimos 30 anos. Ela permite que através da proteção da cultura, reputação e patrimônio financeiro, garantimos a sustentabilidade das Empresas, deixando que a alta gestão cuide do foco no negócio.
Este posicionamento permite que possamos posicionar o Compliance como uma ferramenta estratégica e definitivamente deixemos para trás a percepção de uma área de controle.